segunda-feira, julho 23

Tu és...

Não digas: Este que me deu corpo é meu Pai.
Esta que me deu corpo é minha Mãe.
Muito mais teu Pai e tua Mãe são os que te fizeram
em Espírito.
E esses foram sem número.
Sem nome.
De todos os tempos.
Deixaram o rastro pelos caminhos de hoje.
Todos os que já viveram.
E andam fazendo-te dia a dia
Os de hoje, os de amanhã.
E os homens, e as coisas todas silenciosas.
A tua extensão prolonga-se em todos os sentidos.
O teu mundo não tem pólos.
E tu és o próprio mundo.
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Cecília Meireles

2 comentários:

Cláudia disse...

Lindo, lindo, lindo.
Cecília Meireles uma excelente poeta da qual eu não tive, ainda, o prazer de desfrutar.
Este poema está muito bem concebido. Nós somos um pedaço dos que já existiram, dos nossos, dos antepassados, somo o rasto para os nossos futuros.

Um beijo.

Luzidium disse...

Bem giro o poema Wave = )

Abraços Luminescentes

Selos

EU SOU LUZ E QUERO ILUMINAR...
Cada passo do meu caminho para poder partilhá-lo contigo.