Ah! Quantas vezes, mas quantas vezes nos esquecemos de nós, do nosso próprio corpo?
A importância que lhe damos é por vezes tão diminuta e sem ligarmos aos sinais que ele nos envia, acabamos por ignorá-lo.
E aquelas pessoas que se sentem fisicamente sem energia e bebem uma bebida energética para conseguirem ainda fazer mais qualquer coisa... Forçam o próprio corpo a desrespeitar-se, a ir para lá dos limites suportáveis da exaustão.
E quando comemos comida que sabemos que nos intoxica, mas que nos faz sentir momentaneamente bem, mesmo que depois nos traga uma digestão daquelas que ficamos enfartados a tarde inteira e andamos a tomar comprimidos para a digestão.
E quando somos vegetarianos e de vez em quando nos apetece um pouco de carne, mas porque a mente manda, não ouvimos os gritos do nosso corpo a pedir-nos aquele tipo de proteína...
E quando nos apetece que o sexo nos traga a satisfação e não o procuramos por n razões e não somos sequer capazes de admitir que o erro está em nós, por programações, preconceitos, dogmas e estigmas associados ao pudor corporal, à vergonha e ao nojo incutidos, nesta e noutras vidas.
Tudo porque não aceitam o próprio corpo, não o amam.
Mas sabem? Tenho uma novidade!
É através do corpo que vimos experienciar a espiritualidade, é aqui na matéria, é amando-nos, amando-o (ao nosso corpo), respeitando-o e deixando para trás as programações que poderemos vivenciar a nossa espiritualidade em pleno...
Querem ver?
Eis um pequeno texto de Eckhart Tolle, em o Poder do Agora.
"Aquilo de que te apercebes como uma densa estrutura física chamada corpo, o qual está sujeito à doença, à velhice e à morte, não é em última análise, real - não és tu. É uma percepção errada da tua realidade essencial que está para além do nascimento e da morte, e deve-se às limitações da tua mente, que tendo perdido contacto com o Ser, cria o corpo como evidência da sua ilusória crença na separação e para justificar o seu estado de medo. Mas não voltes as costas ao corpo, porque dentro desse símbolo de impermanência, de limitação e de morte, de que tu te apercebes como uma ilusória criação da tua mente, oculta-se o esplendor da tua realidade essencial e imortal. Não voltes a tua atenção para mais lado nenhum na tua busca da Verdade, porque ela não se encontra senão dentro do teu corpo.
Não lutes contra o corpo, porque ao fazê-lo estás a lutar contra a tua própria realidade. Tu és o teu corpo. O corpo que podes ver e tocar é unicamente um ténue véu ilusório. Por debaixo dele fica o corpo interior invisível, a porta para dentro do Ser, para dentro da Vida Não Manifesta. Através do corpo interior, tu estás inseparavelmente ligado a essa não manifesta Vida Única - sem nascimento, sem morte, eternamente presente. Através do corpo interior, tu és uno com Deus para sempre."
Ah! Pois é! Entenderam agora?
Amem o vosso corpo... respeitem-no... e ouçam-no...
É dentro dele que está o vosso coração, lembram-se?
Pax