Enquanto seres humanos fomos ensinados a viver separados da nossa consciência suprema, una, se assim quiserem chamar.
Quando ainda não tomámos consciência (minimamente) de nós próprios e de que há algo maior do que os nossos pequenos eus, sempre tão atabalhoados pela vida procurando desenfreadamente satisfazer os mais pequenos desejos de forma material, e sem perceber que essa busca exterior se dá por carência interior, as coisas acontecem-nos e atribuimos culpas aos outros, ao destino ou a Deus.
Depois, se já crescemos um pouco e passamos a ter um pouco mais de consciência, e aprendemos que somos os responsáveis por tudo o que nos acontece, passamos horas a pensar o porquê de nos terem acontecido coisas. Outras vezes ainda neste estado continuamos a atribuir as "culpas" a algo ou a nós próprios, porque teve que ser assim e porque isso me incapacitou, e porque foi que isto me aconteceu, e porque certamente atraí isto para a minha vida para... e blablabla....
Estamos permanentemente num diálogo mental que nos tira de dentro de nós mesmos, daquele lugar de Paz, daquela quietude que nos permite simplesmente...
... O.B.S.E.R.V.A.R...
Poderão fazer as mais diversas perguntas:
- Observar, como assim?
- Mas como faço isso?
Vamos fazer de conta o seguinte.
- Colocamos um cenário:
Uma plateia de um espectáculo, seja ele teatro, cinema, concerto musical, jogo de futebol, um qualquer.
- Colocamo-nos na cena:
Sentamo-nos numa poltrona na plateia a ver o desenrolar da acção.
Se for uma acção que mexa profundamente connosco próprios envolvemo-nos emocionalmente, se for uma ópera podemos chorar ou rir, num futebol podemos gritar, praguejar, num musical podemos cantar, etc...
Enquanto estamos emocionalmente envolvidos na cena, não conseguimos perceber (salvo uma excepção) que estamos envolvidos, e a viver aquilo como sendo nosso.
Se nos destacarmos da cena, e observarmos como algo que se passa exteriormente a nós, sem nos tocarmos emocionalmente, somos simplesmente, observadores (esta era a excepção de há pouco). E podemos viver as coisas (dançar, cantar, rir, chorar) mas destacados delas... :)
No primeiro caso, podemos sair perturbados, enervados, alegres, sorridentes, chorosos, e com qualquer estado emocional que nos tenha assolado a cena.
No segundo caso, podemos sair com o mesmo sorriso com que entrámos, porque o sorriso é interno. Há uma satisfação interna de quietude, mental e emocional que nos permite percepcionar que o que estamos a viver é exterior a nós.
Parece complicado, porque tendemos a identificar-nos com quase tudo o que nos acontece, mas se ficarmos como observadores da cena, ela passa, porque não fixamos a nossa atenção e não colocámos lá a nossa energia, ou seja, não bloqueamos ainda mais a parte de Vida que somos do Todo.
Deixo um video bastante elucidativo.
Onde diz cc na janela do video, escolham as legendas em português.
- Mooji - No Blockage for Being -
Onda Encantada