sexta-feira, outubro 16

Os 12 Trabalhos de Hércules - 3º Trabalho






Os 12 Trabalhos de Hércules

é um trabalho conjunto elaborado

por

Onda Encantada (Difusão da Alma)

Shin-Tau (Grimoire do Mago)


Para a jornada da alma

Escolhemos abordar os seguintes temas

Mitologia, Astrologia e Tarot



 
3º Trabalho

“Os pomos de ouro de Hespérides” 

O conhecimento de si próprio



Num longínquo país crescia a árvore sagrada, a árvore da sabedoria, que produzia as maçãs de ouro de Hespérides. Esse frutos eram desejados por todos os filhos dos homens que se reconheciam igualmente como filhos de Deus. Havia duas coisas que Hércules sabia sobre a árvore sagrada: que ela era carinhosamente cuidada por três belas donzelas e que um dragão de cem cabeças protegia as donzelas e a árvore. 

Hércules pôs-se a caminho, cheio de confiança, seguro de si, de sua sabedoria e de sua força. Seguiu em direcção ao norte e percorreu a terra à procura da árvore sagrada, mas não a encontrou. Perguntava a todos os homens que encontrava, mas nenhum pode guiá-lo no caminho; nenhum conhecia o lugar.

O tempo passava e ele ainda procurava, vagando de um lado para o outro, frequentemente retornando sobre os próprios passos. Triste e desencorajado, ainda assim procurava por toda a parte. Não encontrando a árvore sagrada no caminho do norte, Hércules partiu para o sul e, no lugar da escuridão, continuou na sua busca. Sonhou com um rápido sucesso, mas Anteu, a serpente, atravessou-lhe o caminho e lutou com ele, vencendo-o a cada investida. “Ela guarda a árvore”, disse Hércules, “isto me disseram, portanto a árvore deve estar por perto. Preciso derrubar sua guarda e assim, destruindo-a, vencê-la e arrancar os frutos.”

Contudo, lutando com todas as forças, ele não as vencia. “Onde está o meu erro?” dizia Hércules. “Por que Anteu pode vencer-me? Mesmo quando criança destruí uma serpente em meu berço. Com as minhas próprias mãos a estrangulei. Porque fracasso agora?”

Lutando novamente com todo o seu poder, ele agarrou a serpente em suas mãos e levantou-a no ar, longe do chão. E conseguiu realizar seu intento. Feliz, confiante, seguro de si e com nova coragem, Hércules continuou em sua busca. Agora se voltou para o ocidente, e tomando essa direcção, encontrou o fracasso. Atirou-se ao terceiro grande teste sem pensar e por muito tempo o fracasso atrasou seus passos.

Lá ele encontrou Busiris, o grande arqui-enganador, filho das águas e parente de Poseidon. Seu trabalho é trazer a ilusão aos filhos dos homens através de palavras de aparente sabedoria. Ele afirma conhecer a verdade e rapidamente eles acreditam. Ele diz belas palavras: “Eu sou o mestre. A mim é dado o conhecimento da verdade, aceita o meu modo de vida. Só eu sei, ninguém mais. Minha verdade é correcta. Qualquer outra verdade é errónea e falsa. Fica comigo e salva-te.” E Hércules obedeceu: e a cada dia enfraquecia em seu anterior caminho, a sua vontade estava minada. Ele amava Busiris e aceitava tudo o que ele dizia, tornando-se cada vez mais fraco, até que chegou o dia que o seu amado mestre o amarrou a um altar e lá o manteve um ano inteiro. 

Repentinamente, um dia, quando lutava por se libertar, e lentamente começava a perceber quem Busiris realmente era, palavras que ouvira há muito tempo vieram-lhe à mente: “A verdade está dentro de ti mesmo. . No teu interior há um poder mais elevado, força e sabedoria. Volta-te para o teu interior e evoca a força que existe, o poder que é a herança de todos os homens que são filhos de Deus.”

Com a força que é a força de todos os filhos de Deus, ele rompeu as amarras, agarrou o falso mestre e prendeu-o no altar em seu lugar.
Não disse uma palavras, apelas deixou-o lá para que aprendesse. Mais contido, embora cheio de indagações Hércules percorreu longas distâncias sem rumo certo, prosseguindo em sua busca.

Aprendera muito durante o ano que passara preso ao altar e agora percorria o Caminho com maior sabedoria. Por todos os caminhos a busca prosseguiu; de norte a sul e de leste a oeste foi procurada a árvore, mas não encontrada. Até que um dia, esgotado pelo medo e pela longa viagem, ele ouviu, de um peregrino que passava no caminho, rumores de que, perto de uma montanha distante a árvore seria encontrada, a primeira afirmação verdadeira que lhe fora feita até então.

Assim, ele retrocedeu sobre seus passos em direcção às altas montanhas do leste, e num certo dia, brilhante e ensolarado, ele viu o objecto da sua busca e então apressou o passo. “Agora tocarei a árvore sagrada”, gritou alegre, “montarei o dragão que a guarda; e verei as belas renomadas virgens, e colherei as maçãs.”

Mas novamente foi detido por um sentimento de profunda tristeza. À sua frente estava Atlas, cambaleante sob o peso dos mundos às suas costas. Sua face estava vincada pelo sofrimento; seus membros vergados pela dor; seus olhos cerrados em agonia; ele não pedia auxílio; ele não viu Hércules; apenas lá estava, curvado pela dor, pelo peso dos mundos. Trémulo, Hércules observava e avaliava o quanto havia de peso e de dor. E esqueceu sua busca. 

A árvore sagrada e as maçãs desapareceram de sua mente; ele só pensava em como ajudar o gigante rapidamente. Correu para ele e animadamente retirou a carga dos ombros de seu irmão, passou-a para suas próprias costas, aguentando ele mesmo a carga dos mundos. Cerrou os olhos, enrijecendo os músculos sob o esforço e então eis que a carga se desprendeu e lá estava ele livre, como Atlas.

Diante dele, as mãos estendidas num gesto de amor, o gigante ofereceu a Hércules as maçãs de ouro. Era o fim da busca. As virgens trouxeram mais maçãs de ouro e também as depositaram em suas mãos e Aegle, a bela virgem que é a glória do sol poente, disse-lhe: “O Caminho que traz a nós é sempre marcado pelo serviço. Actos de amor são sinalizações do Caminho.” Então Eritéia, a guardiã do portão que todos devem atravessar antes de se apresentarem diante do Criador, deu-lhe uma maçã na qual estava inscrita em luz a palavra de ouro SERVIÇO. “Lembra-te disto” disse ela “jamais te esqueças.” Por ultimo veio Héspero, a maravilha da estrela vespertina, que com clareza e amor disse: “Vai e serve, e a partir de hoje e para sempre, palmilha o caminho de todos os servidores do mundo.” “Então eu devolvo estas maçãs para aqueles que virão”, disse Hércules, e retomou ao lugar de onde viera. Então ele ouviu a voz de seu Mestre, que lhe falava pela primeira vez desde que iniciara o Caminho: “Não houve retardamento. A regra que acelera todo o sucesso na senda escolhida é Aprender a servir”.


Astrologia


Este trabalho, no signo de Gémeos e Sagitário, é relacionado com o trabalho activo do aspirante no plano físico à proporção que ele chega a uma compreensão de si mesmo. Antes que este trabalho activo se torne possível, deve haver um ciclo de pensamento interior e anseio místico; a aspiração à visão é um processo subjectivo desenvolvido, talvez por longo tempo, antes que o homem, no plano físico, comece o trabalho de unificação da alma e corpo. Este é o tema deste trabalho. É neste plano físico de realização, e no trabalho de obter as maçãs de ouro da sabedoria, que a prova real da sinceridade do aspirante tem lugar.

Um anseio de ser bom, um profundo desejo de averiguar os factos da vida espiritual, esforços para auto-disciplina, oração e meditação, precedem quase que inevitavelmente, este real e tenaz esforço. O visionário (Sagitário) precisa tornar-se um homem de acção; o desejo tem que ser trazido para o mundo da concretização, e é nisto que consiste a prova de Gémeos. O plano físico é o lugar onde se obtém a experiência e onde as causas, que foram iniciadas no mundo do esforço mental, têm que se manifestar e alcançar objectividade. É também o lugar onde o mecanismo de contacto se desenvolve, onde, pouco a pouco, os cinco sentidos abrem ao ser humano, novos campos de percepção e lhe oferecem novas esferas de conquistas e realização. É o lugar, portanto, onde conhecimento é obtido, e onde esse conhecimento tem que ser transmutado em sabedoria.

Conhecimento é a busca do sentido, enquanto que sabedoria é o omnisciente e sintético conhecimento da alma. Contudo, sem compreensão na aplicação do conhecimento, nós perecemos; pois compreensão é a aplicação do conhecimento sob a luz da sabedoria aos problemas da vida e à conquista da meta.

Neste trabalho, Hércules defronta-se com a tremenda tarefa de aproximar os dois pólos do seu ser e de coordenar, ou unificar, alma e corpo, de modo que a dualidade dê lugar à  unidade e os pares de oposto se mesclem. É através das virgens que o serviço altruísta é cumprido, pois foi este mesmo que o conduziu até elas, pois ela representavam o seu alinhamento na tridimensionalidade.
Agora como consciência-alma é responsável pela sua própria sabedoria.


Tarot



O herói encontra-se no caminho para encontrar a Imperatriz. O terceiro Arcano é a energia da abundância, da fertilidade, é a árvore com maçãs de ouro. Alcançar este grau de prosperidade é a tarefa de qualquer iniciado, que além de conseguir a abundância espiritual deve também, senão mesmo primeiro, esforçar-se pela abundância física.


Para realizar este trabalho, Hércules começa uma viagem em busca do objecto do seu desejo. A sua busca começou a correr de forma diferente daquela que previa, pois Hércules não estava a conseguir encontrar a árvore. A Roda da Vida estava em funcionamento e parece que o herói falha em conseguir aceitá-la e seguir com ela. Muitas vezes estamos obstinados nos nossos caminhos e falhamos em compreender as energias que nos são enviadas. A Roda da Vida é o Arcano que representa a chegada inesperada de uma oportunidade, uma situação que devemos aproveitar. Todavia essa oportunidade não dura muito, pois a Roda gira rápido, e quando falhamos em aceitá-la, continuamos a caminhar em vão, esperançosos que novamente ela gire e nos dê o que não agarrámos.
Mas a Roda gira eternamente e graças a Deus teremos novas oportunidades. O herói teve a sua primeira a Sul, onde lida com a Serpente. Sul é o ponto cardeal do Fogo e ao afastar a serpente da Terra, a única forma de conseguir o pretendido, o herói começa o seu trabalho árduo de separar o subtil do espesso, dando início ao seu trabalho alquímico. A alquimia é de facto uma das Artes mencionadas neste episódio mitológico. As Três Donzelas são os Três Princípios activos do Mundo e o Dragão de Cem Cabeças o representante da luta interna que o alquimista tem de realizar para conseguir a pedra verde.


A Ocidente Hércules vai ao encontro da água e aí encontra os falsos mestres, aqueles que julgando ter alcançado um grande feito se consideram aptos a transmitir o conhecimento. Nesta parte do mundo Hércules deixa-se aprisionar pelas suas emoções, pelos seus desejos de conhecimento e, por isso, vai falhando na missão.


A Leste, ponto representante do Ar, encontra a prova final, a utilização da sua missão pessoal em prol de uma causa maior. Ao largar a sua missão para ajudar o próximo, o herói consegue encontrar a abundância que tanto desejava.
Neste trabalho o herói deseja tornar-se na Imperatriz e conseguir dar a abundância aos outros, todavia, para o conseguir ele tem de passar por provas para compreender a equilibrar a sua alma e a sua ambição. Falhando em compreender isso, a Roda da Vida vai girando e girando, o tempo passa e o herói começa a perder forças, até ao dia em que acorda e se liberta dos falsos mestres. Nesta altura, a Temperança é o Arcano que vai permitir ao herói encontrar o equilíbrio da sua alma e corpo, do seu desejo de individualidade e de unidade, dos seus desejos e dos desejos dos outros, é assim que ele percebe o que deveria ter sido desde o início a sua missão e o porquê de tantos atrasos. É nesta energia e apenas com ela que conseguirá a abundância de receber para dar.


A Temperança ou Arte, como prefiro chamá-la, é a energia da Alquimia. É através dela que compreendemos como equilibrar os opostos da lição anterior, é nela que vamos conseguindo misturar os ingredientes que fazem a nossa personalidade, é nela que aprendemos a transformarmo-nos em ouro, o metal mais puro da Terra. É nela que conseguimos compreender a prosperidade da Imperatriz. A Arte seguida de uma oportunidade da Roda da Vida é um caminho seguro.


O desejo de qualquer iniciado deverá ser o de receber para dar, se os seus desejos forem única e exclusivamente egoístas, a Imperatriz nunca funcionará, entrando em acção a Roda da Vida até aprendermos. Porém, quando os seus desejos se misturam com o altruísmo e compreendemos que todos somos o mesmo e tudo é de todos, a Arte entra em funcionamento e podemos seguir confiantes a Viagem sem preocupações, sem atrasos, sem percalços.

«Receber para Retribuir. Juntar para Dividir. Misturar para Separar. Só assim a Imperatriz reinará!»

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá, Onda!

Achei interessante como Hércules deixou-se enganar por Busiris...

Nós tbm quantas vezes nos deixamos enganar, e só conseguimos nos libertar quando encontramos nossa verdade interior.

Somente a verdade interior nos fortalece, as demais como são enganosas, apenas nos enfraquecem.

Bendita sejas!

Onda Encantada disse...

Querida Reyel,

Sim, deixamo-nos por vezes enganar e isso acontece sempre que não estamos no nosso centro, no coração. Porque se estivéssemos prestaríamos atenção ao nosso mestre e ouviriamos o que ele nos diz, não é?

Mas é verdade, é por vezes dificil manter este centro no dia a dia da vida corrente, por isso é tão importante mantermo-nos conscientes e observadores.

Grata pelo teu carinho.

Abraço-Te :)

Onda Encantada

Selos

EU SOU LUZ E QUERO ILUMINAR...
Cada passo do meu caminho para poder partilhá-lo contigo.