sexta-feira, setembro 29

E se um desconhecido de repente te...




O dia amanheceu cinzento. Vislumbrava-se chuva no horizonte, mas o trabalho obriga a que até nestes dias se tenha que sair de casa.
Ela, que habitualmente, levava para leitura nos transportes, um livro, hoje esqueceu-se dele. Saiu de casa, e já a caminho do trabalho se lembrou que se tinha esquecido. Sorriu e agradeceu. Sabia que hoje ía ser diferente.
Uma alteração à rotina dela, geralmente, oferece-lhe oportunidades diferentes. Ela conhece os sintomas.
Trouxe da estação de comboios um jornal, e sentou-se tranquilamente a folheá-lo, enquanto o comboio em marcha se punha.
Já em andamento, toda a gente instalada nos seus lugares, ele passa no corredor, e volta para trás. Ela não o viu, mas sentiu-o.
E senta-se. Era ali.
Era ali que tinha que se sentar.
Dois bancos, à frente, diagonalmente virado para ela.
Ela levanta os olhos, e fixa-o.
Os olhares cruzam-se, num olhar prolongado demais para ser uma simples troca de olhares. A troca, fez-se.
Fez-se sim, uma troca energética, de reconhecimento. O olhar doce e enternecedor de cada um, encheu o coração do outro.
Ela, baixou os olhos e voltou para o jornal que tinha nas mãos, mas sentia...
Sentia-o.
Voltou a levantar os olhos e fixamente entrou nele. No olhar dele. E sentiu, uma ternura imensa. Uma carência imensa, uma profunda tristeza, de solidão e, agradecimento por aquela troca.
E esboçou-lhe um sorriso, que ele retribuiu.
Ela, então, olhou para fora, e como que alheando-se daquele local, perguntou-se sobre a vida, e esperou a resposta.
Chegou a estação de saída dele. Agora então, um sorriso bem aberto trocaram.
Um acenar e o Adeus, até um dia.
Já na estação, ele aguardou nas escadas que o comboio passasse para ainda poder, timidamente, acenar e sorrir uma vez mais, e então desvanecer-se no espaço.
E o com o coração cheio de amor, lá seguiram os seus caminhos individuais.
Ambos se sentiram felizes. Sorridentes. Sabiam que aquele dia lhes iria correr fantasticamente bem. Porque não havia mal que ali pudesse entrar. Todo o seu dia já estava preenchido por um coração acalentado e que sorria de alegria.
Pequenas trocas energéticas, com olhares que se cruzam, com sorrisos doces e serenos, tímidos, abertos, quentes.
Pequenas trocas energéticas curadoras, que nos fazem amar a vida.


segunda-feira, setembro 25

The Meatrix I e II



A saga continua... http://www.themeatrix2.com/

Em The Meatrix II, fala-se de fábricas de lacticínios e quintas com novas tecnologias na área dos lacticíneos.
Explica-se os antibióticos e hormonas injectados às vacas para que estas produzam mais leite, como é que os bezerros separados à nascença das mães são artificialmente alimentados, onde se inclui sangue das próprias vacas, espalhando assim a doença das vacas loucas.

Para aqueles que não assistiram ao primeiro filme desta série, podem assisti-lo aqui http://www.themeatrix.com/
Neste primeiro filme, fala-se da produção de carne animal.

Em qualquer dos filmes, fica a mensagem final, para que as pessoas procurem produtores caseiros, quer de carne, quer de lacticíneos.

Há-de voltar a ser maravavilhoso o mundo, quando nos virmos todos livres da Matrix, e quando toda a gente conseguir perceber o alcance que ela tem.

Muita paz para todos e muita, mas muita luz para Gaia.

quarta-feira, setembro 20

Perder para mudar


...
E, desta forma, Joe pensava estar equilibrado. Constatou que acordava todas as manhãs, à mesma hora e que adormecia todas as noites à mesma hora. Constatou que todos os anos passava, com a familia, as mesmas férias, nos mesmos sítios. Joe tinha muito orgulho na sua estante, onde guardava os seus registos. Cada vez que pagava uma conta, colocava-a na estante. Sempre que tirava fotografias à família, com esses aparelhos de que os humanos dispõem, colocava-as na estante... camada sobre camada, reflectindo os anos e anos de monotonia. Joe sobrevivia. Enquanto conseguisse continuar a equilibrar o seu "interior" com o "exterior", Joe estava feliz.

E, então, vieram as tempestadas magnéticas, as tempestades do Espírito na nova energia. Houve água, houve frio, houve calor. A Terra tremeu e tudo aquilo que se encontrava nas prateleiras de Joe caiu no chão e ele teve medo, porque a mudança foi grande. E, por um momento, verificou que o "interior" poderia não se harmonizar com o "exterior".

No entanto, Joe, que era um homem íntegro, apressou-se a ajudar os vizinhos, antes de se ajudar a si próprio. E passou três dias inteiros a ajudá-los, porque estavam mais necessitados do que ele. Assim que tudo ficou concluído, Joe e a família regressaram a casa. E, então apercebeu-se de uma coisa: tinha conhecido pessoas que, desde sempre, viviam ao seu lado. Soube os seus nomes e viu as suas caras. Constatou que as pessouas eram muito parecidas consigo e que as amava. Viu que havia camaradagem, que se tinham ajudado umas às outras e que cada uma tinha uma lembrança para ele, algo de que nãoe stava à espera: um pouco de , discernimento, um abraço... e algum amor. E Joe apercebeu-se, então, dos anos que tinha desperdiçado não compreendendo, nem sabendo nada sobre os seus vizinhos. Joe sentiu-se, de alguma forma, modificado por este acontecimento. Soube que voltaria a vê-los e, para tal, marcou encontros.

Joe deu ínicio à tarefa de pôr em ordem a confusão em que se encontrava a sua casa. Todas as coisas que tinham estado arrumadas na estante, estavam caídas no chão. Estranhamanete, Joe deu consigo a deitar fora muito do que ali se encotnravae a voltar a arrumar na estante apenas uma percentagem dos artigos que ali houvera. O que, ao princípio, lhe fez muita confusão, mas depois se tornou óbvio, foi o facto de todas as coisas que ía apanhando do chão terem o mesmo aspecto. Até o valor das facturas era o mesmo, ano após ano, só as datas tinham mudado. Olhou para as suas fotografias, ao apanhá-las, e colocou-as nas prateleiras. A única diferença que encontrava era o envelhecimento do rosto. Joe apercebeu-se, então, do que tinha acontecido: ele tinha passado a maior parte da vida em comprazimento, receando mudanças, não vivendo, plenamente, a vida. Tomou consciência de que tinha perdido muita coisa, que tinha perdido muito amor. Apercebeu-se de que a rotina e a tuo-satisfação não eram coisas boas, que o medo não era uma coisa boa. Subitamente, Joe compreendeu que tinha mudado.
E, então, reuniu a família para lhe falar da sua mudança, para lhe dizer que não deveria temer o que acontecera, porque graças a si mesmo e aos vizinhos, iriam ultrapassar a situação.
...
Muito se fala actualmente do despertar espiritual, do ser renascido, do pensar da nova era. Sei lá! São tantas as expressões que tu usas, que eu uso, e que ouvimos daqui e dali um pouco.
E na verdade, para concluir, o quê. E qual a razão deste texto?
Por isto. De uma forma geral, os seres humanos, têm tido que passar por perdas, umas maiores, outras menores, mas geralmente, perdas, para perceberem que há mais do que a sua vidinha quotidiana, que a sua vidinha certinha e sem graça. Do que a sua vidinha em que tudo está bem porque se mantém bem, mesmo que já esteja farto, cansado, entediado desta monotonia. Por outro lado, o desejo. O desejo de mudar, de fazer não sabem bem o quê, de arriscar, de inventar, de criar.
E por fim, a matriz. A matriz de controlo que os mantém seguros no lugar em que estão. Controlados pelo medo.
Medo de mudar, de perder, de crescer.
Medo do desconhecido, do que está para além do véu (tenho a sensação que já escrevi sobre isto)...
E um dia, apesar dos imensos estimulos, oportunidades e vontades de mudança, que não surtem qualquer resultado, "catrapumba", a vida atira-lhes com perdas, obriga-os a desfazerem-se de coisas, a desapegarem-se de pessoas, a darem valor ao que têm, a aumentar a baixa auto-estima que sempre tiveram sobre si próprias... As perdas vêm sob as mais diversas formas: emocionais, de saúde, materiais, etc.
E é nessa altura, que olham para o mundo com olhos de ver, e percepcionam finalmente que são seres divinos e que têm um coração para amar, que na verdade já nem se lembravam que tinham.
Amar aos outros e amar a vida que durante tantos anos desprezaram.
Amar o que é belo, e tudo o que os rodeia.
Perceber que o cheiro das flores emanado por aquela florista onde passavam todos os dias à porta fazia, afinal, diferença no seu dia.
Perceber que ao descer as escadas do emprego, em vez de ir de elevador, lhes mostrou que a mudança ténue de azulejos côr lilás para rosa, em pequenos bafejos de côr, se tornava agradável à vista e ao coração e que aquela simples percepção poderia mudar, uma entediosa subida ou descida de escadas, num momento agradável.
E, afinal, porquê? Porque necessitamos de passar pelas perdas para entendermos que VIDA é muito mais do que aquilo que geralmente fazemos?
Porque nos impômos regras destas, de clausura e retenção, quando o mundo é tão belo e maravilhoso?


Aqui fica um desafio!


Para vocês muita Paz e Luz nos vossos corações.


Excerto de texto extraído do livro 2 de Kryon "Não pense como um humano"

O amor



Em resposta à iniciativa do António Rosa (de se tirar o chapéu), sobre o Amor, escrevi assim:

Amor, é não ter palavras para o descrever.
Amor é simplesmente, sentir.
Sinta-se o Amor e sentir-se-á a vida.
Sinta-se o Amor e sentir-se-á a felicidade.
Sinta-se o Amor e sentir-se-á a unidade com Deus.

Parece que afinal sempre encontrei palavras.

Contudo, e isto talvez por defeito incutido pelo meu professor Calé, da disciplina de jornalismo, nos tempos áureos do meu 10º ano, em que este impunha a regra dos 3 C.
C'est à dire: Claro, Concreto e Conciso.
Hoje, sou sempre tão concisa no que escrevo que geralmente sou acusada de portadora de frieza. Se calhar até é verdade...


Bahhh... Eu sei que não!

Posso é não conseguir transmitir exactamente aquilo que sinto, é o que faz um Saturno na 3 em Touro... mas estou a trabalhar nesse sentido!

Mas faltava-me acrescentar uma coisa que até hoje, representou, REALMENTE, a maior felicidade que tive na vida, o maior momento de amor que tive na vida, e deste amor, a conexão com Deus, o nascimento das minhas filhas, sobretudo da mais velha, porque foi a primeira vez que senti algo tão forte. Reconheço-o perfeitamente.


Lembro-me como se fosse hoje, no momento em que a vi, as lágrimas, literalmente, saltaram-me, incontidas, dos olhos e fui invadida por uma onda de amor, que abrangeu tudo, toda a gente, toda a sala, uni-me com o Todo, fui à Fonte Que Tudo É, bebi, inebriei-me, e voltei. Foi lindo!
De um amor tão grande, tão profundo, que realmente é como Sintetizei...
Não há palavras, só sentir - Amor é simplesmente, sentir.
Na verdade, e após re-leitura, não me faltava mesmo nada... Simplesmente apliquei a regra dos 3 C, e lá constava tudo isto... mas nem toda a gente tem que saber todas as verdades sobre toda a gente.
Afinal... Estou mesmo a trabalhar o meu Saturno na 3!!!!
(Já agora, a 3, quer dizer, a casa 3 num mapa astral, a da comunicação...)

Muita paz E Amor.

segunda-feira, setembro 18

DESIDERATA





"Siga tranqüilamente entre a quietude e a pressa, lembrando-se de que há sempre paz no silêncio. Tanto quanto possível sem humilhar-se, mantenha-se em harmonia com todos que o cercam.

"Fale a sua verdade, clara e mansamente.
"Escute a verdade dos outros, pois eles também têm a sua própria história.
"Evite as pessoas agitadas e agressivas: elas afligem o nosso espírito. Não se compare aos demais, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você: isso o tornaria superficial e amargo.
"Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar. Mantenha o interesse no seu trabalho, por mais humilde que seja ele é um verdadeiro tesouro na continua mudança dos tempos.

"Seja prudente em tudo o que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas. Mas não fique cego para o bem que sempre existe. Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.
"Seja você mesmo.
"Sobretudo, não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira, pois, no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva.
"Aceite, com carinho, o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.
"Cultive a força do espírito e você estará preparado para enfrentar as surpresas da sorte adversa. Não se desespere com perigos imaginários: muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.
"Ao lado de uma sadia disciplina conserve, para consigo mesmo, uma imensa bondade.
"Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui e, mesmo se você não pode perceber, a terra e o universo vão cumprindo o seu destino.
"Procure, pois, estar em paz com Deus, seja qual for o nome que você lhe der. No meio do seu trabalho e nas aspirações, na fatigante jornada pela vida, conserve, no mais profundo do seu ser, a harmonia e a paz.
"Acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano, o mundo ainda é bonito.
"Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz e partilhe com os outros a sua felicidade".

* DESIDERATA - Do Latim Desideratu: Aquilo que se deseja, aspiração.
Este texto foi encontrado na velha Igreja de Saint Paul, Baltimore, datado de 1692. Foi citado no livro "Mensagens do Sanctum Celestial", do Fr. Raymond Bernard.
Desde que me conheço, que vejo um quadro em casa com este texto. Mais tarde, saí de casa e o quadro acompanhou-me. Hoje continua comigo. Já lá vão mais uns quantos anos, e cada vez o leio com maior felicidade e compreensão.
E hoje percebo a força que sempre teve e onde me ajudou a construir.
Muita paz

Memória



A ti dedico este post... Tu sabes bem quem és.
Amizade Sempre! E se um dia o tempo nos apartar, ficará somente a memória daquilo que restar.
A ti, agora e sempre, desejo que saibas criar a tua realidade, mediante aquilo que necessites. E estarei aqui, enquanto quiseres. Que o teu coração se encha de luz, mesmo nas horas mais sombrias.


Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade
Agradeço ao meu Grande amigo Hermano esta foto que está em www.olhares.com

quarta-feira, setembro 13

Uns Têm... Outros Não...

Esta história, li-a na revista Executive Digest, passo a publicidade, mas achei-a tão ... tão tentadora para vos dar a conhecer que não resisti a colocá-la aqui.

Por isso cá vai. Aplica-se a todos e a cada um de nós. Mesmo aqueles que já sabemos que é assim, mas em certos momentos dúvidamos, na realidade, da nossa capacidade criadora.

Há muito tempo, num reino distante, o mago Merlin reuniu todos os cavaleiros nos jardins do castelo e disse:
- Soube que daqui a sete dias vai nascer o Trevo Mágico no nosso reino. Este trevo é o único de quatro folhas e proporciona um poder único àquele que o possui, a sorte sem limites. No comércio, no amor, nas riquezas.
Todos os cavaleiros começaram a falar entre si com grande excitação. Todos queriam encontrar o trevo mágico de quatro folhas.
Merlin retomou a palavra: - O trevo nascerá algures no bosque encantado.
O entusiasmo esmoreceu. O bosque encantado tinha milhares de hectares. Como encontrar um trevo de quatro folhas num lugar imenso? A maioria dos cavaleiros abandonou o local resmungando. Só dois aceitaram o desafio. Nott, montado no seu cavalo negro e Sid, no seu cavalo branco.

1/2º Dia A viagem foi longa e cansativa. Demorou dois dias. O bosque era um local frio e silencioso. Faltavam apenas cinco dias para encontrar o trevo...

3º Dia Na manhã seguinte Nott pensou que deveria contactar o gnomo que vive debaixo do solo e construiu passagens e túneis debaixo da terra por todo o Vale Encantado. Ele saberia a resposta.
- Há mais de 150 anos que vivo neste bosque e nunca me tinham feito uma pergunta tão estúpida. É impossível qe o trevo vá nascer aqui. Adeus!
Nott sentiu aquilo que sentem as pessoas a quem é dito que a sorte não está ao seu alcance: sentiu um pouco de medo. Mas o mais fácil é substituir esse sentimento por outro: incredibilidade. "Vou ignorar o gnomo. Amanhã será outro dia e talvez a sorte me esper noutro sítio", pensou.
Sid teve a mesma ideia. Quando fez a mesma pergunta ao gnomo ele respondeu:
- Já disse ao outro cavaleiro que os trevos não nascem aqui. Estás a perder o teu tempo.
- Não te vás embora, explica-me porquê - retorquiu Sid.
-É por causa da terra. Os trevos precisam de terra nova e esta nunca foi mudada. Não sabes que apenas se obtêm coisas novas quando se fazem coisas novas?
- E tu sabes onde encontrar terra nova?
- Existe alguma terra virgem no território das Cowls. As vacas anãs utilizam-na para depositar os seus excrementos, por isso é muito rica.
Sid agradeceu efusivamente. Chegou ao território das Cowls ao fim da noite. Com o alforge cheio de terra encontrou um local tranquilo no bosque onde removeu a terra velha e espalhou a terra nova no solo. Quando terminou foi dormir.

4º Dia O quarto dia amanheceu frio. Depois de cavalgar durante cinco horas à procura de alguém que pudesse contradizer a informação do gnomo vislumbrou um grande lago e aproximou-se dele para beber. Uma voz feminina, doce mas firme, sedutora mas desafiadora, exclamou:
- Quem és tu - perguntou a Dama do Lago
- Sou Nott, o cavaleiro do manto negro. Tu que proporcionas água a todo o vale encantado, sabes por acaso onde crescem os trevos neste bosque?
A Dama do Lago começou a rir. Eram gargalhadas zombeteiras mas tristes. E disse:
- A água que existe no meu seio, não sai de mim através de riachos ou rios, infiltra-se nas paredes do lago. Os trevos necessitam de muita água. Necessitam que um riacho lhes leve água continuamente. Nunca encontrarás um trevo no bosque.
Nott começou a odiar a sorte que tinha. Esperar pela sorte deprimia-o. Mas que outra coisa poderia fazer?

Sid acordou mais tarde no dia seguinte e também pensou que precisaria de água para regar o seu pedaço de terreno. Resolveu partir à procura da Dama do Lago e chegou ao local poucos segundos após Nott ter partido. Quando a encontrou fez a mesma pergunta e obteve a mesma resposta. Resolveu insistir delicadamente:
- Mas diz-me senhora, porque razão não sai água deste lago se de todos os lagos saem rios e riachos.
- Porque eu apenas recebo água mas do meu seio não brota qualquer riacho - disse numa voz amargurada.
- Mas eu posso ajudar-te. Se me deixares fazer um sulco na terra que parta do teu lago, conseguirei que a água não mais se acumule no teu seio.
Sem esperar pela resposta Sid improvisou uma enxada com a espada e sulcou o terreno até criar um riacho, o primeiro do bosque encantado. Quando a água chegou ao seu pedaço de terra Sid deixou-se dormir recordando as palavras que o seu mestre sempre lhe dissera: a vida devolve-te aquilo que lhe dás.

5º Dia Nott acordou desanimado. Com quem poderia falar agora? Vagueou pelo bosque até se deparar com a Sequóia, o primeiro habitante do Vale Encantado. Talvez ela soubesse algo.
- Tu que vives no bosque desde que existe diz-me:
- Cresceu aqui algum trevo?
Decorreram alguns cinco minutos até que o cavaleiro Nott voltou costas e quando se ía embora a Sequóia respondeu.
- És impaciente como a maior parte dos humanos. Estive a passar em revista a minha memória de mil anos e posso assegurar que nunca nasceu aqui um trevo muito menos de quatro folhas.
Nott estava abatido. Sentia-se usado e enganado. Sentia-se uma vítima da sorte.
Sid acordou satisfeito. Já tinha terra e água. Faltava-lhe saber a quantidade de sol e de sombra necessária ao crescimento do trevo. Precisava de conselhos de alguém que soubesse tudo sobre plantas e árvores. E resolveu pedir ajuda à sábia Sequóia. Esta respondeu:
- Um trevo para crescer necessita tanto de sol como de sombra. Nunca encontrarás um local assim neste bosque. Por isso nunca existiu aqui um trevo.
- E se eu resolvesse cortar-te uns ramos mortos e folhas secas?
- Aqui são todos preguiçosos e nunca ninguém podou os nossos ramos. Por isso não há luz no bosque. Qualquer árvore a que faças isso ficará feliz. Cortar os ramos velhos é sempre um impulso para a vida.
Sid estava cansado mas resolveu não deixar a tarefa para amanhã. Trabalhou durante a maior parte da noite e adormeceu feliz a imaginar como seria o seu trevo mágico.

6º Dia Nott continuava a errar penosamente pelo bosque. Estava deprimido e convencido que não tinha sorte na vida. A menos que Merlin estivesse enganado. Resolveu perguntar a mais uma pessoa e decidiu ir falar com Ston, a mãe das pedras. Ela confirmou aquilo que ele já sabia: ali nunca nascera um trevo. Esse era um traço característico das pessoas que não têm sorte. Procuram outras pessoas que lhes confirmem a sa maneira de ver a vida. Ser vítima não é agradável, mas isenta-nos, pelo menos aparentemente, de toda a responsabilidade da desgraça.
Sid acordou pensando o que poderia mais faltar para que nascesse um trevo mágico. Como ninguém lhe soube responder resolveu subir ao ponto mais elevado do monte em busca de uma inspiração e de perspectiva. Ao sentar-se numa rocha para observar o horizonte ouviu a voz zangada de Ston:
- Estás a esmagar-me. E olha que eu sou a mãe das pedras.
- Desculpa. Mas já agora percebes alguma coisa de trevos?
- Já disse ao outro cavaleiro vestido de negro que onde existem pedras não podem nascer trevos de quatro folhas. Podes sair de cima de mim?
- Claro. Mas e os de três folhas?
- Esses podem nascer num solo com pedras. Os de quatro folhas não!
Este detalhe não pareceu banal a Sid. Ele sabia que muitas vezes a diferença está em saber aquilo que os outros não sabem. Em concentrar-se naquilo que pudesse faltar e em descobrir os pormenores. Sid desceu apressadamente o penhasco e ao chegar restavam apenas duas horas de luz. Ele removeu as pedras uma a uma e adormeceu, mais uma vez imaginando o trevo mágico em todo o seu esplendor.

7º Dia O último dia foi muito agitado. Nott acordou sobressaltado pelo ruído do mocho da bruxa Morgana. Este fez-lhe o seguinte desafio:
- Guarda a tua espada. Vim fazer um acordo contigo. Sei onde nascerá o trevo de quatro folhas. Eu digo-te onde o podes encontrar e ganhas sorte ilimitada e, em troca, tu matas o mago Merlin e eu livro-me do mal do meu rival. Nott estava tão desiludido e frustrado, tinha tanta vontade de se livrar de Merlin e de vencer Sid, que aceitou o acordo. Isso não era assim tão estranho: quando alguém não tem fé de que pode criar a boa sorte, facilmente se dispõe a comprá-la ao primeiro que a oferece. O mocho continuou:
- O trevo mágico nascerá amanhã no jardim do castelo real. O Merlin enganou todos os cavaleiros e conseguiu afastá-los do local onde o trevo mágico irá nascer. Tens de te apressar e cavalgar toda a noite para chegares a tempo.
Nott aparelhou o cavalo e desapareceu enfurecido em direcção ao palácio.
Sid também acordou com o ruído do mocho. Morgana pensou noutra mentira para ele.
- O teu trevo vai nascer amanhã. Mas Merlin mentiu. É um trevo da desgraça. Quem o arrancou morrerá.
Sid resolveu não perder a esperança. Relembrou as palavras do seu mestre "desconfia de quem te propuser algo em que se ganhe muito de maneira fácil e rápida".
Na manhã seguinte aconteceu algo inesperado. O vento, senhor do destino e da sorte, que aparentemente se move por acaso, começou a agitar as folhas das árvores. Pouco tempo depois choviam umas sementes pequenas que eram minúsculos flocos de ouro verde. Sid percebeu que estavam a chover sementes de trevos de quatro folhas em todo o bosque encantado. Quando terminou esta chuva gordurosa, a que os habitantes do bosque não prestavam atenção, as sementes morriam um pouco por todo o lado. Excepto as que foram parar a um terreno minúsculo, com terra nova, água em abundância e onde brilhava o sol, refrescava a sombra e não havia pedras. Comovido e emocionado Sid observou o nascimento dos seus trevos de quatro folhas. Quando agradeceu ao vento este respondeu:
- Não precisas de me agradecer. Ao contrário do que muitos pensam eu não reparto a sorte. Ocupo-me simplesmente de a espalhar em partes iguais por toda a parte. Os trevos mágicos nasceram poruqe tu criaste as condições adequadas. Qualquer pessoa que tivesse feito o mesmo teria obtido boa sorte. O problema é que a maioria das pessoas pensa que não é necessário fazer nada.
Sid reflectiu e pensou: a sorte é o somatório de oportunidade e preparação. A oportunidade está sempre por aí. Mas, ao contrário do que muitos pensam, a boa sorte não é algo que aconteça aos poucos que nada fazem. A boa sorte é algo que pode acontecer a todos se fizerem algo por isso.



segunda-feira, setembro 11

IF...


Hoje, sim, ainda no hoje de há pouco... lembrei-me de um poema que sempre gostei, desde que me conheço como Ser que gosta de ler e de poesia. Para aí desde a minha adolescência que o conheço... E muito embora já não o lesse há algum (IMENSO) tempo, se é que IMENSO é mensurável., hoje lembrei-me e resolvi colocá-lo aqui.


Se és capaz de conservar o teu bom senso e a calma,
Quando os outros os perdem, e te acusam disso,

Se és capaz de confiar em ti, quando te ti duvidam
E, no entanto, perdoares que duvidem,
Se és capaz de esperar, sem perderes a esperança
E não caluniares os que te caluniam,
Se és capaz de sonhar, sem que o sonho te domine,
E pensar, sem reduzir o pensamento a vício,
Se és capaz de enfrentar o Triunfo e o Desastre,
Sem fazer distinção entre estes dois impostores,
Se és capaz de ouvir a verdade que disseste,
Transformada por canalhas em armadilhas aos tolos,
Se és capaz de ver destruído o ideal da vida inteira
E construí-lo outra vez com ferramentas gastas,
Se és capaz de arriscar todos os teus haveres
Num lance corajoso, alheio ao resultado,
E perder e começar de novo o teu caminho,
Sem que ouça um suspiro quem seguir ao teu lado,
Se és capaz de forçar os teus músculos e nervos
E fazê-los servir se já quase não servem,
Sustentando-te a ti, quando nada em ti resta,
A não ser a vontade que diz: Enfrenta!
Se és capaz de falar ao povo e ficar digno
Ou de passear com reis conservando-te o mesmo,
Se não pode abalar-te amigo ou inimigo
E não sofrem decepção os que contam contigo,
Se podes preencher todo minuto que passa
Com sessenta segundos de tarefa acertada,
Se assim fores, meu filho, a Terra será tua,
Será teu tudo que nela existe
E não receies que te o tomem,
Mas (ainda melhor que tudo isto)
Se assim fores, serás um HOMEM.


Rudyard Kipling

Fabuloso, não é?

Também gosto!

Muita paz para os vossos (e meus também), Se...

E... Hoje é...


Hoje é dia de...

É dia a seguir a ontem, onde ainda era futuro, mas que neste momento já passou.

Foi dia de terceira sessão de PMT... Uffff.... Moca etérica novamente.

Foi dia de ir buscar a minha filhota à escolinha nova e conseguir falar com a professora, sim!
A minha filhota já tem uma professora!
E sentir o que aquele ser tinha para me dizer, e o que senti foi bom. Senti que era um ser que tinha em consideração os seres pequeninos (mas com almas muito antigas) com os quais trabalhava e disse-me inclusivé que se não tivesse imenso amor em trabalhar com eles não conseguiria nada.

Gostei de falar com a professora Ana.

A minha filhota também gostou dela.

Como se não bastasse a minha PMT, a professora Ana ainda me veio dizer que o tema este ano era a familia... TOING... outra murraça no estômago.

Pois... é que dadas as circunstâncias... brrrr... é melhor nem falar nisso.

Se a PMT acelera, pois então não vêm?!

AH! e o que fazer da vida? Ela me dirá! Aliás, já começou!!!!

Estou para aqui a divagar...É o que me apetece mesmo!

Ok, já volto... Até já!

Abracinhos gostosos.

domingo, setembro 10

Amanhã...

Hoje é fim de um ciclo...Para a minha filha mais crescida ... e para mim.

Talvez nem todos os pais sintam isto... nããããã, não acredito que não sintam! Amanhã, a minha filhota começa o 1º ano do 1º ciclo (a minha 1ª classe)!

Amanhã recomeço a trabalhar depois de um período de férias.

Amanhã é dia da minha 3ª PMT!

Amanhã é dia 11 de Setembro, recordam-se?

Tantos amanhã... que chatice!
Então e hoje?

Hoje foi fim de férias... ufff...Foi dia de arrumações...
E agora é hora de descanso (da guerreira - da luz, claro!:) )

Bem sei que temos que viver o agora...
Mas... amanhã...

Encontrei para descrever ainda melhor aquilo que sinto, a letra de uma canção de Guilherme Arantes / Caetano Veloso que se chama AMANHÃ

Amanhã será um lindo dia, Da mais louca alegria se possa imaginar
Amanhã. Redobra a força pra cima, Que não cessa há de vingar
Amanhã mais nenhum mistério, Acima do ilusório o astro vai brilhar
Amanhã a luminosidade alheia a qualquer vontade, Há de imperar, há de se imperar
Amanhã está toda esperança, Por menor que pareça, existe e é pra vicejar
Amanhã, apesar de hoje, Ser a estrada que surge pra si trilhar
Amanhã mesmo que uns não queiram, Será de outros que esperam pelo dia maior
Amanhã ódios aplacados, terrores abrandados, Será pleno, será pleno

Muita Paz e Muito Amor.

Selos

EU SOU LUZ E QUERO ILUMINAR...
Cada passo do meu caminho para poder partilhá-lo contigo.