Durante a maior parte da refeição Reneau e Wil conversaram sobre a vida académica, os desafios do ensino e da publicação de trabalhos. O dono da casa saíra da sala, mas a mulher permanecera. Quando a mulher e a filha passaram a servir pratos individuais com torta, a rapariga bateu com o cotovelo em meu copo, derrubando a água na mesa. A mãe acorreu furiosa, gritando com a moça em espanhol e empurrando-a da frente.
— Sinto muito — disse a mulher, enxugando a água. — A menina é muito desastrada.
A jovem explodiu, arremessando a torta que restava em cima da mulher, errando e esparramando torta e louça partida pelo meio da mesa — no momento em que o pai retornava.
O velho gritou e a mocinha saiu correndo da sala.
— Desculpe — ele disse, correndo para a mesa.
— Não foi nada — respondi. — Não sejam tão duros com a menina.
Wil estava em pé, conferindo a conta, e apressamo-nos a sair. Reneau ficara calado, mas quando cruzamos a porta e descemos a escada, falou.
— Viu aquela moça? — perguntou, olhando para mim. — É o exemplo clássico da violência psicológica. É a isso que leva a necessidade do ser humano controlar os outros quando levada extremo. O velho e a senhora estão a dominar totalmente a menina. Viu como ela está nervosa e curvada?
—Vi — respondi. — Mas parece que já um pouco farta.
— Exactamente! Os pais não dão uma folga. E do ponto de vista dela, ela não tem escolha senão reagir com violência. É a única forma de conseguir ter algum controle para si mesma. Infelizmente, quando ficar adulta, por causa desse trauma inicial, vai achar que tem de tomar o controle e dominar os outros com a mesma intensidade. Essa característica estará profundamente entranhada e a tornará tão dominadora quanto os pais agora, sobretudo quando estiver com pessoas vulneráveis, como as crianças.
"Na verdade, o mesmo trauma sem dúvida ocorreu antes aos pais dela. Eles têm de dominar hoje por causa do modo como seus pais os dominaram. É assim que a violência passa de uma geração para a outra."
(...)
Acha que tem direito de controlar a situação, e sem dúvida aprendeu há muito tempo que podia conseguir dominar, seguindo uma determinada estratégia. Primeiro, finge ser amigo da gente, aí descobre alguma coisa errada no que a gente faz, no seu caso, que você estava em perigo. Na verdade, solapa subtilmente a confiança que a gente tem no próprio caminho até a gente passar a se identificar com ele. Assim que acontece isso, é dono da gente.
Wil olhou directamente para mim.
— Esta é apenas uma das muitas estratégias que as pessoas usam para enganar os outros e tomar a energia deles. Você vai aprender as outras restantes mais tarde, na Sexta Visão.
(...)
Só faz o que o faz se sentir o mais forte.
— Não, acho que não entendo.
Wil ficou pensativo.
— Tudo isso ainda é inconsciente na maioria das pessoas. Tudo que sabemos é que nos sentimos fracos, e quando controlamos outros nos sentimos melhor. O que não compreendemos é que o preço dessa sensação de se sentir melhor é a outra pessoa. E a energia que roubamos dela. A maioria das pessoas passa a vida numa caça constante à energia de outra.
Olhou-me com um brilho nos olhos.
— Embora às vezes funcione diferente. Encontramos alguém que, pelo menos durante algum tempo, nos manda voluntariamente sua energia.
— Aonde está querendo chegar?
— Se lembre de quando você e Marjorie comiam juntos no restaurante da aldeia e eu entrei.
— Tudo bem.
— Não sei o que vocês dois conversavam, mas a energia dela inundava você.
Quando entrei, vi isso claramente. Me diga: como se sentia naquele momento?
— Eu me sentia bem — respondi. — De facto, as experiências e conceitos que eu contava me pareciam cristalinas. Podia me expressar com facilidade. Mas que significa isso?
Ele sorriu.
— De vez em quando, outra pessoa quer voluntariamente que a gente defina a situação dela para ela, nos dar a sua energia directamente, como Marjorie fez com você. Isso nos faz sentir fortalecidos, mas você vai ver que em geral isso não dura. A maioria das pessoas... entre elas Marjorie... não é bastante forte para continuar dando energia. Por isso é que a maior parte dos relacionamentos acaba virando disputas pelo poder. Os seres humanos ligam as energias e depois lutam para decidir quem vai controlá-las. E o perdedor sempre paga o preço.
Ele parou bruscamente e me olhou.
— Você tem a Quarta Visão? Pense no que aconteceu a você. Você viu que a energia flui entre pessoas e se perguntou o que significava aquilo, e aí demos com Reneau, que lhe disse que os psicólogos já pesquisavam algum motivo para os seres humanos buscarem controlar uns aos outros.
"Tudo isso foi demonstrado com a família peruana. Você viu com toda a clareza que dominar outro faz o dominador se sentir poderoso e esperto, mas suga a energia vital dos que estão sendo dominados. Não faz diferença que nós digamos que fazemos isso para o bem da própria pessoa, ou que são nossos filhos e portanto temos de estar no comando o tempo todo. O dano continua ocorrendo.
"Em seguida, você encontrou Jensen e teve um gosto do que é realmente isso.
Viu que quando alguém domina fisicamente a gente, na verdade retira nossa capacidade de pensar. Não era como se você perdesse um debate intelectual com Jensen. Você não tinha a energia ou clareza mental para debater. Todo o seu poder mental ia para Jensen. Infelizmente, esse tipo de violência física ocorre o tempo todo, em toda a cultura humana, muitas vezes cometida por pessoas fora isso bem intencionadas."
Apenas balancei a cabeça. Wil tinha resumido minha experiência com exatidão.
— Tente integrar plenamente a Quarta Visão — ele prosseguiu. — Veja como ela se encaixa no que você já conhece. A Terceira lhe mostrou que o mundo físico é na verdade um vasto sistema de energia. E agora a Quarta indica que há muito tempo nós, humanos, competimos inconscientemente pela única parte dessa energia aberta a nós: a que flui entre as pessoas. Esse é que foi sempre o conflito humano, em todos os níveis: desde todos os mesquinhos conflitos em família e no emprego até as guerras entre países. É o resultado da sensação de insegurança e fraqueza e da necessidade de roubar a energia de outra pessoa para se sentir bem.
(...)
Contudo, assim que os humanos compreenderem sua luta, continuava a Visão, começaremos imediatamente a transcender esse conflito. Começaremos a nos livrar da disputa por simples energia humana... pois poderemos afinal receber nossa energia de outra fonte.
Olhei para Wil.
— Qual é a outra fonte? — perguntei.
Ele sorriu, mas nada disse.
A MENSAGEM DOS MÍSTICOS
— Sinto muito — disse a mulher, enxugando a água. — A menina é muito desastrada.
A jovem explodiu, arremessando a torta que restava em cima da mulher, errando e esparramando torta e louça partida pelo meio da mesa — no momento em que o pai retornava.
O velho gritou e a mocinha saiu correndo da sala.
— Desculpe — ele disse, correndo para a mesa.
— Não foi nada — respondi. — Não sejam tão duros com a menina.
Wil estava em pé, conferindo a conta, e apressamo-nos a sair. Reneau ficara calado, mas quando cruzamos a porta e descemos a escada, falou.
— Viu aquela moça? — perguntou, olhando para mim. — É o exemplo clássico da violência psicológica. É a isso que leva a necessidade do ser humano controlar os outros quando levada extremo. O velho e a senhora estão a dominar totalmente a menina. Viu como ela está nervosa e curvada?
—Vi — respondi. — Mas parece que já um pouco farta.
— Exactamente! Os pais não dão uma folga. E do ponto de vista dela, ela não tem escolha senão reagir com violência. É a única forma de conseguir ter algum controle para si mesma. Infelizmente, quando ficar adulta, por causa desse trauma inicial, vai achar que tem de tomar o controle e dominar os outros com a mesma intensidade. Essa característica estará profundamente entranhada e a tornará tão dominadora quanto os pais agora, sobretudo quando estiver com pessoas vulneráveis, como as crianças.
"Na verdade, o mesmo trauma sem dúvida ocorreu antes aos pais dela. Eles têm de dominar hoje por causa do modo como seus pais os dominaram. É assim que a violência passa de uma geração para a outra."
(...)
Acha que tem direito de controlar a situação, e sem dúvida aprendeu há muito tempo que podia conseguir dominar, seguindo uma determinada estratégia. Primeiro, finge ser amigo da gente, aí descobre alguma coisa errada no que a gente faz, no seu caso, que você estava em perigo. Na verdade, solapa subtilmente a confiança que a gente tem no próprio caminho até a gente passar a se identificar com ele. Assim que acontece isso, é dono da gente.
Wil olhou directamente para mim.
— Esta é apenas uma das muitas estratégias que as pessoas usam para enganar os outros e tomar a energia deles. Você vai aprender as outras restantes mais tarde, na Sexta Visão.
(...)
Só faz o que o faz se sentir o mais forte.
— Não, acho que não entendo.
Wil ficou pensativo.
— Tudo isso ainda é inconsciente na maioria das pessoas. Tudo que sabemos é que nos sentimos fracos, e quando controlamos outros nos sentimos melhor. O que não compreendemos é que o preço dessa sensação de se sentir melhor é a outra pessoa. E a energia que roubamos dela. A maioria das pessoas passa a vida numa caça constante à energia de outra.
Olhou-me com um brilho nos olhos.
— Embora às vezes funcione diferente. Encontramos alguém que, pelo menos durante algum tempo, nos manda voluntariamente sua energia.
— Aonde está querendo chegar?
— Se lembre de quando você e Marjorie comiam juntos no restaurante da aldeia e eu entrei.
— Tudo bem.
— Não sei o que vocês dois conversavam, mas a energia dela inundava você.
Quando entrei, vi isso claramente. Me diga: como se sentia naquele momento?
— Eu me sentia bem — respondi. — De facto, as experiências e conceitos que eu contava me pareciam cristalinas. Podia me expressar com facilidade. Mas que significa isso?
Ele sorriu.
— De vez em quando, outra pessoa quer voluntariamente que a gente defina a situação dela para ela, nos dar a sua energia directamente, como Marjorie fez com você. Isso nos faz sentir fortalecidos, mas você vai ver que em geral isso não dura. A maioria das pessoas... entre elas Marjorie... não é bastante forte para continuar dando energia. Por isso é que a maior parte dos relacionamentos acaba virando disputas pelo poder. Os seres humanos ligam as energias e depois lutam para decidir quem vai controlá-las. E o perdedor sempre paga o preço.
Ele parou bruscamente e me olhou.
— Você tem a Quarta Visão? Pense no que aconteceu a você. Você viu que a energia flui entre pessoas e se perguntou o que significava aquilo, e aí demos com Reneau, que lhe disse que os psicólogos já pesquisavam algum motivo para os seres humanos buscarem controlar uns aos outros.
"Tudo isso foi demonstrado com a família peruana. Você viu com toda a clareza que dominar outro faz o dominador se sentir poderoso e esperto, mas suga a energia vital dos que estão sendo dominados. Não faz diferença que nós digamos que fazemos isso para o bem da própria pessoa, ou que são nossos filhos e portanto temos de estar no comando o tempo todo. O dano continua ocorrendo.
"Em seguida, você encontrou Jensen e teve um gosto do que é realmente isso.
Viu que quando alguém domina fisicamente a gente, na verdade retira nossa capacidade de pensar. Não era como se você perdesse um debate intelectual com Jensen. Você não tinha a energia ou clareza mental para debater. Todo o seu poder mental ia para Jensen. Infelizmente, esse tipo de violência física ocorre o tempo todo, em toda a cultura humana, muitas vezes cometida por pessoas fora isso bem intencionadas."
Apenas balancei a cabeça. Wil tinha resumido minha experiência com exatidão.
— Tente integrar plenamente a Quarta Visão — ele prosseguiu. — Veja como ela se encaixa no que você já conhece. A Terceira lhe mostrou que o mundo físico é na verdade um vasto sistema de energia. E agora a Quarta indica que há muito tempo nós, humanos, competimos inconscientemente pela única parte dessa energia aberta a nós: a que flui entre as pessoas. Esse é que foi sempre o conflito humano, em todos os níveis: desde todos os mesquinhos conflitos em família e no emprego até as guerras entre países. É o resultado da sensação de insegurança e fraqueza e da necessidade de roubar a energia de outra pessoa para se sentir bem.
(...)
Contudo, assim que os humanos compreenderem sua luta, continuava a Visão, começaremos imediatamente a transcender esse conflito. Começaremos a nos livrar da disputa por simples energia humana... pois poderemos afinal receber nossa energia de outra fonte.
Olhei para Wil.
— Qual é a outra fonte? — perguntei.
Ele sorriu, mas nada disse.
A MENSAGEM DOS MÍSTICOS
Retirado de "A profecia celestina" - de James Redfield.
Através deste excerto podemos compreender onde algumas pessoas tentam, por vezes, ir buscar energia para se alimentarem, e como outras deixam que lhes levem a sua própria energia.
Discussões, gritos, trocas de palavras menos agradáveis, acusações, tentativas de assalto da intimidade de outrém, provocações, simples olhares carregados de energias negativas, são guerras energéticas nas quais só participa quem quer, ou se não tiver consciência!
Outra situação típica das cenas de controlo é a de que a própria pessoa que é dominadora, e no caso de se sentir dominada em determinada altura, passa automaticamente a representar o papel da vítima. Mas o papel de vítima, é também uma forma de busca energética, do tipo, 'tenham pena de mim... ", porque a tentativa é a de demonstrar que o outro só tenta fazer-lhe mal, ou tentou em determinada altura. Por vezes esta tentativa de vitimização passa por situações que já aconteceram em tempos, mas em situações de quebras energéticas, a pessoa volta a entrar no papel da vítima. E se se observar com atenção, veremos a mesma pessoa, numa "alta" energética procurar então entrar no papel de domínio, partindo para a agressão sob que forma fôr, na tentativa de ir buscar mais energia.
Será que não está na altura de se começar a olhar para os próprios actos diários e perceber como se busca alimentar a própria energia?
Será que se está a ir à Fonte bebê-la, ou será que se necessita de outros, quais sanguessugas para alimentar a sede própria?
Como se age? Como se reage?
E nos ensinamentos que tantos aqui trazem, quantos praticam aquilo que dizem?
Experimentem num acesso de fúria, de raiva, e nalguns casos mesmo, diria, de ódio (brrrr.... que palavra tão feia!), utilizar a chama violeta de Saint Germain, a luz azul de Miguel, a luz branca de Sananda, a luz rosa de Mestre Nada, ou outra qualquer com que se identifiquem, e tentem destemperar essas energias que vos sulcam a mente e deformam o coração. Tentem! Uma vez, pelo menos, e verão a diferença!
E a vossa procura de alimento energético através das cenas de controlo, cessará... porque começarão a ir buscá-la à Fonte que Tudo É.
Pratiquem! E se não conseguirem sózinhos, tenham a humildade suficiente para pedir ajuda. Há sempre alguém perto disposto a fazê-lo, e não é vergonha nenhuma pedir.
Paz e Muito Amor nos vossos corações...
Cachorro Cósmico Branco
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